QUEM É ESSE CABOCLO?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Por que estudar farmacoeconomia?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Por que estudar farmacoeconomia?

Por que estudar farmacoeconomia?

Já é de conhecimento de todos que a preocupação com os efeitos nocivos de medicamentos e de punições pelo seu uso indevido é quase tão antiga quanto a história do homem.
O uso racional de medicações implica na seleção e identificação das condições ou subgrupos em que elas devem ser utilizadas, no sentido de tornar o sistema de saúde mais eficiente protegendo e recuperando a saúde da população com boa qualidade de vida.
O esforço para promover e aperfeiçoar a oferta de produtos e serviços em saúde tem sido recompensado com melhores resultados em saúde. As novas tecnologias aplicadas á saúde tem conseguido, de forma inegável:
- Aumentar a duração e a qualidade de vida;
- Aumentar as taxas de cura em situações clínicas definidas;
- Reduzir a dor e o sofrimento;
- Recuperar a capacidade funcional e profissional.
            A farmacoeconomia de forma bem simples pode ser definida como a descrição, a análise e a comparação dos custos e das consequências das terapias medicamentosas para os pacientes, os sistemas de saúde e a sociedade, com o objetivo de identificar produtos e serviços farmacêuticos cujas características possam conciliar as necessidades terapêuticas com as possibilidades de custeio.
Diferentemente de outros campos científicos, não existe nenhum treinamento padronizado para farmacoeconomistas, pois esse campo é multidisciplinar. O campo específico da farmacoeconomia é relativamente novo – o termo apareceu pela primeira vez na literatura em meados da década de 1980 – mas, ainda sim, os conceitos e métodos são tomados emprestados de outras disciplinas e áreas de pesquisa mais estabelecidas. A farmacoeconomia abrange áreas tanto da economia da assistência à saúde, como de pesquisa de desfechos clínicos ou humanistas relacionados à farmácia.
No contexto das avaliações econômicas das tecnologias sanitárias, a avaliação de medicamentos é considerada um dos eixos centrais da economia da saúde, por constituir-se uma categoria em que melhor se conhecem os custos e os resultados.
Um erro muito frequente é considerar que a farmacoeconomia se limita somente aos custos (em termos monetários) sem considerar a eficácia, segurança e qualidade de vida. Mas também o termo custo pode ser empregado para se referir num custo real de se adotar uma determinada atividade, no benefício perdido por não utilizar um recurso ou na melhor alternativa que pode ser utilizado.
Algumas questões exploradas nos estudos de farmacoeconomia incluem: esse medicamento novo deve ser acrescentado ao formulário? Será que um novo serviço farmacêutico deve ser implementado? Qual é o impacto dos diferentes medicamentos sobre a qualidade de vida relacionada à saúde de um paciente?
Para isso existem quatro tipos básicos de estudos farmacoeconômicos: análise de minimização de custos, análise de custo-efetividade, análise de custo-utilidade e análise de custo-benefício.
A farmacoeconomia tem aplicação em qualquer situação que implique uma eleição entre as alternativas e quais os valores destas conseqüências sobre a saúde e sobre os recursos.
O objetivo de adicionar dados farmacoeconômicos e de medidas de resultados em guias e protocolos clínicos é reduzir o número de pessoas que recebem de forma inapropriada tratamentos e aumentar os efeitos benéficos na população.
A avaliação econômica também pode ser desenvolvida em diferentes fases da investigação clínica, como por exemplo, nos ensaios de fase I, embora seja necessário incluir muitos pressupostos, já que os dados disponíveis são escassos, sua elaboração pode servir como orientação sobre qualidade, eficácia, segurança e custo que deveria ter um novo medicamento para poder apresentar vantagens sobre os produtos já existentes no mercado.
Os ensaios de fase II podem incluir questionários de qualidade de vida, fazer uma estimativa do preço do produto e atualizar o modelo da fase anterior. Já na fase III se melhoram os dados a incluir nas avaliações econômicas. A fase IV é a fase para realizar novos modelos, incluir novas alternativas (mais empregadas na assistência e os mais baratos) e deveria tentar usar marcadores finais de eficácia (anos de vida ganhos etc.).
Concluindo, a avaliação econômica de medicamentos é uma ferramenta útil, mas não é a única a considerar para a tomada de decisão para que seja racional. A farmacoeconomia muitas vezes pode vir a demonstrar que nem tudo que é mais moderno, mais caro e de melhor qualidade é indispensável ou produz o melhor efeito, mas é sempre possível identificar, em uma série de opções de tratamento, aquela que consegue atingir as expectativas de todos, mesmo que não seja a melhor.
Talvez as soluções propostas pela farmacoeconomia não sejam desejáveis, na medida em que refletem a nossa incapacidade de encontrar respostas ideais para o problema do acesso universal e equitativo a um tratamento que traga máxima qualidade de vida a todos os pacientes ao mesmo tempo. Mas, mesmo num mundo repleto de iniquidades de vida, com certeza será melhor pecar pela ação do que pela omissão, permitindo preservar por mais tempo a justiça e a humanidade no futuro que estamos deixando como herança aos nossos descendentes lembrando que a ÉTICA deve sempre nortear todas as decisões.

Referências consultadas:

Princípios básicos de farmacoeconomia. Disponível em: http://www.ppge.ufrgs.br/ats/disciplinas/2/pfizer-2006.pdf  Acesso em 13 de março de 2011.
RASCATI, Karen.L. Introdução à farmacoeconomia. São Paulo. 1ed. 2009.
ORTEGA, A. Farmacoeconomia Disponível em: http://sefh.interguias.com/libros/tomo1/Tomo1_Cap2-11.pdf Acesso em 11 de março de 2011
 
FONTE:
Autoria Diane Rodrigues – Farmacêutica e mestranda em Ciências da Saúde com ênfase em Farmacoeconomia
Supervisão Prof. Dr. Marcelo Polacow Bisson

Nenhum comentário:

Postar um comentário